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Dona Cida, exemplo de coragem e esperança!

Nascida em Além Paraíba-MG, Maria Aparecida da Silva, Dona Cida, fundou a Sociedade Mão Amiga no ano de 1984, no bairro Vila Olavo Costa, em Juiz de Fora.  Atualmente, além de presidir a instituição, coordena as campanhas realizadas em prol das famílias cadastradas e mantém forte liderança social na cidade.



1- Como foi a sua infância em Além Paraíba?

Nasci em Além Paraíba, no Hospital São Salvador. Passei um pouco da minha infância lá. Eu estive internada seis meses no hospital por ter me queimado.  Eu não tenho muita coisa para contar de Além Paraíba, porque vim para Juiz de Fora com 13 anos de idade.

2- Você ficou seis meses internada no hospital. Isso influenciou no seu cuidado com as crianças?

Com cinco anos de idade, eu me queimei. 95% do corpo queimado com álcool. Passei seis meses dentro do hospital e conheci a dificuldade.  Mesmo sendo criança, eu guardei muita coisa. Muita coisa foi mudando na minha cabeça. Na minha infância, eu fui vendo que a gente tem que ajudar ao próximo, porque eu quase perdi a minha vida com cinco anos. Foi Deus que me ajudou e por isso eu quero praticar o bem até quando Deus deixar.

3- Como foi a sua vinda para Juiz de Fora?

Eu com 14 anos, comecei a trabalhar no São Mateus, na cantina dos Amigões, com a D. Fidalma. Vim para Juiz de Fora trabalhando como empregada doméstica. Eu fazia almoço, trabalhava na cantina, na casa. Aprendi muita coisa. Se hoje sou uma cozinheira, devo a eles.

4- A Mão Amiga começou com as campanhas relacionadas à qual necessidade da população?

Eu casei e fui morar na Vila Olavo Costa e ali eu vi a necessidade da comunidade. A gente começou a trabalhar com as crianças, com a distribuição de pipoca e depois a gente começou o projeto do leite, com duas crianças. Quando sai da Vila Olavo Costa, mais de 180 crianças eram apadrinhadas e recebiam um litro de leite todos os dias.

5- Como aconteceram as mudanças de sede da Mão Amiga?

Antes da gente chegar no Ipiranga, passamos pelo Santa Rita. Lá, infelizmente, a comunidade não abraçou a causa, não apoiava o nosso trabalho, nem participava dos nossos cursos. Aí resolvemos vir para o Ipiranga. Nosso estatuto não direciona para qual bairro trabalhamos, o nosso trabalho é para Juiz de Fora. Aqui, começamos um trabalho com distribuição de alimentos, cursos profissionalizantes, como: cortes de cabelo, manicure, doces ornamentais.  Conseguimos fazer muitos cursos. A gente está aqui há sete anos e a intenção nossa é fazer esse trabalho social, ajudando quem precisa e é muita gente que precisa. Nós temos cerca de 300 famílias cadastradas e a gente faz o que dá pra fazer.

6- Como você se sente ajudando famílias carentes?

Para mim, é gratificante a gente poder estar ajudando. Eu, por exemplo, já passei por isso também. Eu tenho sete filhos legítimos e sete filhos adotivos, então, eu já fui ajudada também. E quando a gente ajuda, quando a nossa instituição pode ajudar as pessoas a ter uma qualidade de vida melhor é muito gratificante, incentiva a continuar esse trabalho.

7- Nós vimos pelas fotos, que além de ajudar na alimentação, no agasalho, vocês fazem um trabalho de recreação com as crianças. Qual é o objetivo desse trabalho?

A gente, no fim do ano, recebe duas professoras que trabalham com reforço escolar e alfabetização de adultos. Além delas, temos uma professora de capoeira, um grupo de artes, que trabalha junto com as crianças, tirando eles da rua, ensinando uma profissão. E também tem a campanha pra manter as crianças na escola, com o material escolar, o leite, que são as mais importantes.

8- O que a senhora acha do reconhecimento do seu trabalho pela sociedade?

Eu acho importante porque sempre quando eu preciso a sociedade consegue ajudar de várias formas, com roupas, alimentos, de qualquer forma. A sociedade está sempre ajudando a gente.

9- Qual a importância do Bazar?

O Bazar tem a renda revertida pra instituição. Paga as contas- luz, água, telefone. Paga o aluguel do bazar. E, além disso, ajuda a comprar remédios, passagens de ônibus, leite para as crianças. É uma renda, porque a gente não tem ajuda nenhuma governamental.

10-O que falta para o projeto melhorar?

Eu queria que os empresários conhecessem o trabalho e dessem uma resposta. Não é dinheiro, é doação. Remédios, roupas, cada um na sua área. É cada um no seu setor. Nós não temos trabalho de marketing, não pedimos dinheiro de ninguém. O que a gente precisa é de apoio material!

11- Vimos a sua ligação com a religião. O que Deus representa no seu trabalho, na sua vida?

Deus para mim é tudo. Eu sempre falo aqui, que tudo que temos é de Deus. A Mão amiga começou com uma varandinha e chegamos onde estamos. Vemos que Ele está apoiando, porque sem Ele não chegaríamos aqui. E também serve para motivar as pessoas a ajudar o próximo, que às vezes nem querem se relacionar com o trabalho de caridade. Deus para mim é tudo, é o dono da casa, é o chefe.

12- Como você se sente com os seus filhos também envolvidos no projeto?

Quando começou a Mão Amiga, eu tinha dois filhos. A Joana, 32 anos, e o Janderson com 31. Os outros vieram depois da Mão Amiga. Eu falo com eles que a Mão Amiga é irmã deles. Sempre nas campanhas, de Páscoa, Natal, eles participam, se vestem, ajudam. Eu ensinei eles a fazer o bem, sempre fazer o bem. Eu tenho sete filhos adotivos e eles combinam muito com os legítimos. O que eu passei para eles de amor está sempre voltando para a gente.  A gente planta a semente e agora colhe.

A Sociedade Beneficente Mão amiga precisa da sua ajuda! Participe adotando uma família associada, ou através de doações de alimentos, leite, agasalhos ou material escolar. Ligue para (32)3061-0265 ou faça uma visita: Av. Darcy Vargas, 87, Bairro Ipiranga, Juiz de Fora - MG. 

“Mão Amiga, o que Deus escreve, ninguém apaga”.

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A Mão Amiga mantém um bazar onde arrecada roupas, calçados, brinquedos etc em bom estado de conservação. Você pode doar o ano inteiro! As peças são vendidas a um valor simbólico para que a comunidade tenha oportunidade de comprar produtos super baratos e, assim, ainda ajudar a Mão Amiga a se manter de pé. Afinal, a instituição não tem fonte de renda e precisa pagar suas contas de água, luz e telefone.               O bazar funciona em um cômodo alugado perto  da  sede, do outro lado da rua.  Quer nos conhecer? Anote aí o  nosso  endereço :  Avenida Darcy Vargas, nº 87, Bairro Ipiranga, Juiz de Fora. Ou   ligue   pra gente, buscamos a sua doação em casa: (32) 3082-1276

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