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Entrevista com Gisele Cristina de Oliveira, advogada voluntária da Sociedade Mão Amiga

A Sociedade Beneficente Mão Amiga não só ajuda a população com a doação de cestas básicas ou na oferta de cursos de capacitação.
Na sede da entidade também são oferecidas consultas nas áreas de fonoaudiologia, pedagogia e advocacia. E é com Gisele Cristina de Oliveira, advogada voluntária há dez anos no Mão Amiga que conversamos. Você confere a entrevista logo abaixo:






Como começou seu envolvimento com a Sociedade “Mão Amiga”?

GISELE: Meu envolvimento na instituição começou há cerca de dez anos, quando conheci a Dona Cida, atual responsável pelo Mão Amiga. Há muito tempo atrás ela havia me convidado para participar do projeto, mas como eu estava com muitos compromissos, não pude aceitar, embora quisesse. Eu prestava assistência ao projeto de uma maneira informal, através de consultorias esporádicas. Foi então que a Dona Cida me fez novamente o convite de prestar assistência jurídica às famílias cadastradas na instituição e eu aceitei. O trabalho que estou desenvolvendo está fazendo bem para estas famílias e fazendo bem a mim mesma. Está sendo uma grande satisfação participar do projeto.

- Como o seu trabalho está sendo aplicado ao Mão Amiga?

GISELE: Eu acredito que a maior dificuldade quando falamos de Direito é o acesso à informação. Não basta alguém conhecer seus direitos e não exercê-los. E é exatamente o que estou tentando proporcionar às famílias envolvidas no projeto Mão Amiga.  Meu foto está na lei Maria da Penha, Infância e Juventude, envolvimento com tóxicos, palestras que instruam sobre o comportamento dos jovens, além de levar ao conhecimento de todos o Estatuto da Criança e do Adolescente.


- Qualquer pessoa da comunidade pode ter a assistência jurídica com você?

GISELE: Sim, qualquer pessoa. Não só do bairro Ipiranga. Atendo pessoas de outras localidades também, como moradores dos bairros Bela Aurora, Santa Efigênia, Sagrado Coração, Santa Luzia e até de bairros mais distantes, como é o caso de eu ter sido procurada por moradores do Dom Bosco.

- Qual é o seu horário de atendimento no Mão Amiga?

GISELE: Inicialmente, atendo aos sábados das 15h às 17h e30min. Existe um bom motivo para este atendimento ser feito aos sábados. Geralmente, as pessoas vinculadas ao projeto trabalham durante toda a semana e encerram o expediente no sábado por volta de meio dia. Desta forma, ela teria tempo para resolver suas questões pessoais no sábado à tarde, que é quando estarei lá para atendê-las. Acredito que assim estas pessoas terão mais oportunidade de usufruir do trabalho que estamos desenvolvendo.

- Quais são as satisfações do seu trabalho na Sociedade Mão Amiga?

GISELE: Eu me sinto realizada desenvolvendo um trabalho que gosto para o Mão Amiga. É uma satisfação imensa quando você pode transmitir o que você sabe em benefício de outras pessoas. Há ali uma troca de experiências, uma relação de reciprocidade, de forma que eles aprendem comigo e eu aprendo com as vivências deles. Estas experiências eu posso trazer para o meu escritório particular e para a minha sala de aula. O aprendizado, desta forma, é muito mais rico.

- Como você considera o acesso informação jurídica hoje em dia?

GISELE: Ainda há muito que melhorar quando se fala sobre o conhecimento jurídico, principalmente quando se trata de a população conhecer seus direitos. Mas já estamos avançando muito nesse sentido. Como exemplo, uma revista recente da OAB (Organização dos Advogados do Brasil) divulgou que o Judiciário está sobrecarregado e isto é muito bom porque quer dizer que as pessoas estão tendo mais acesso à assistência jurídica, e acima de tudo, que elas estão procurando exercer seus direitos.

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